Os insetos fofinhos da Marvel (Crítica do Filme “Homem Formiga e a Vespa”)

” … mas é lógico que eu fui ver “Homem-Formiga e a Vespa”. Depois de ter assistido ao sumiço de ‘trocentos’ heróis na Guerra Infinita, eu queria saber se alguém tem alguma pista sobre eles. Recuso-me a acreditar que aquele povo morreu.

Até porque, no mundo da fantasia, ninguém morre de vez.

Se é diversão o que você procura: vá! Vale o ingresso, a pipoca e o combustível que você poderá gastar até o cinema mais próximo. “ Homem-Formiga e a Vespa” retoma o primeiro filme e também mostra o que ocorreu depois que o Scott Lang voltou da sua aventura com “Capitão América-Guerra Cívil”.

No primeiro filme nós conhecemos o brilhante Dr. Hank Pym, vivido por Michael Douglas, que, junto com sua filha Hope, Evangeline Lilly, estão tentando recuperar dados sobre suas pesquisas que estão nas mãos do ex-chefe de Hank, que deseja vender o segredo de como encolher seres vivos e objetos para a organização Hidra, arqui-inimiga do Capitão América desde os tempos da Segunda Guerra Mundial.

Para pegar de volta esse precioso conhecimento, o Dr. Pym convoca um ladrão de bom coração, Scott Lang, interpretado com muita simpatia por Paul Rudd. Scott, conta com a ajuda de Hope, que é tão genial quanto o pai e que o ensina a lutar e a usar o traje especial que lhe dá o poder de diminuir de tamanho e massa e de comandar as formigas. E rola uma química aí entre os dois, óbvio.

Nesse primeiro filme, Scott esbarra nos Vingadores ao tentar recuperar os equipamentos do Dr. Pym que estão na sede do grupo e enfrenta Sam Wilson, o Falcão (o ótimo Anthony Mackie). Voltando do ataque, Scott fica sabendo pelo Dr. Pym que a esposa do cientista desapareceu no mundo quântico ao tentar desativar um míssil russo. Ela diminuiu tanto que penetrou no mundo subatômico e nunca mais voltou. Pym alerta Lang para que nunca tente diminuir além do limite, pois pode acontecer o mesmo com ele.

Mas é claro que surge um momento na aventura que Lang precisa diminuir e entrar no mundo subatômico também, mas ele ….volta!! Lindo, leve, solto.

E tudo acaba bem nesse episódio… tão bem que o Homem-Formiga ganha uma ponta em “Capitão-América: Guerra Civil”. Ele vai lutar no time do Capitão América, usando o traje o Dr Pym sem pedir permissão…

Isso nos leva ao “Homem-Formiga e a Vespa”: temos uma introdução que nos apresenta Janet, a esposa do Dr. Pym, vivida pela sempre linda Michele Pfeiffer, e um resumo de como ela se perdeu no mundo quântico… corta para nossos dias e para Scott Lang, que está nos últimos dias de sua pena, usando tornozeleira e esforçando-se para transformar sua casa num parque diversões para a fofíssima e espertíssima Cassie, sua filhinha, que já dá mostras de querer virar uma heroína. O que parece estar nos planos da Marvel.

Dr. Hank fugiu das autoridades para proteger suas descobertas e desde que Lang conseguiu voltar do mundo subatômico, ele acredita que sua esposa esteja viva e empreende todos os esforços para criar um túnel quântico, único jeito de tentar trazer Janet de volta.

Porém, uma ex-agente maluquete da Shield que participou de experiências com os equipamentos do Dr. Pym e teve sua estrutura atômica desestabilizada, quer usar o túnel para tentar curar-se e isso pode significar o fim da Dra. Janet.

Dr. Pym vai novamente precisar da ajuda de Lang, das formigas, dos carros hot wheels e dos amigos completamente atrapalhados do Lang, que garantem bons momentos cômicos no filme. Cassie também ajuda o pai e há ótimos momentos de ação, com efeitos especiais de arrepiar. A luta de Hope e da “Fantasma” é fantástica, a questão do soro da verdade é de morrer de rir, e os efeitos de encolhimento de objetos e da volta deles ao tamanho normal e a um tamanho exagerado são excelentes.

Os filmes da Marvel continuam tendo uma trilha sonora maravilhosa e atenção às cenas com Stan Lee (por favor que Stan Lee nunca morra!!!) e à cena pós créditos. Existe uma cena logo após a primeira leva de créditos que é de arrepiar. A segunda cena é quando terminam TODOS os créditos… e é uma cena de zoeira.

As formigas nunca foram tão legais como nos filmes do Homem-Formiga e eu queria muito poder controlar essas pragas e manda-las comer as flores de outros jardins. O legal do Homem Formiga é que ele não é brilhante como os outros heróis, nem épico, não é um deus, nem alguém treinado para ser herói. Na verdade, ele é um sujeito meio azarado que topou com uma situação da qual ele não pode mais sair e ganhou um traje que pode fazer alguns milagres.

E seria bem fácil para Scott Lang roubar o traje do Dr. Pym e fazer um dinheirinho com ele… mas ele tem a única coisa que o iguala a todos os outros super-heróis: consciência. Ele não poderia fazer uma maldade, sem arrastar um sentimento de culpa pelo resto da vida, principalmente pelo medo de perder a admiração da filha.

A Marvel sabe muito bem que o que há de mais forte nos seus roteiros são justamente os relacionamentos pessoais de seus heróis, que lhes dão uma dimensão humana, uma dimensão quase real. É como se qualquer hora dessas o Tony Stark aparecesse por aqui, voando em direção a alguma missão. Ou se numa dessas tardes, quando eu fosse tirar os pulgões da minha roseira, desse de cara com o Scott Lang aqui no meu jardim, fazendo piquenique com a Vespa….”

Texto: Ana Lúcia Polessi
Arte: Cleverton Gomes

Confira os horários de exibição do filme “Homem Formiga e a Vespa” no Multiplex Itatiba Mall: https://www.facebook.com/multiplexitatiba/