Memória Itatibense: O Edifício Brasul

Até a Década de 1960, Itatiba era uma cidade “horizontal”. Velhos casarões emolduravam a área central, muitos construídos na época áurea do café por seus barões e coronéis, como símbolos de sua riqueza e poder.
Em meio a esse cenário, em 1964, os itatibenses foram surpreendidos com a notícia de que o antigo Banco Brasul iria construir na cidade um edifício de grande porte com vários andares, que seria o primeiro “arranha-céu” de Itatiba.
Um ano antes, em 1963, o banco já pensava nessa possibilidade. Com sede à Rua Francisco Glicério, a ideia era construir um prédio novo e moderno alguns metros abaixo, na esquina entre a Glicério e a Rua Rangel Pestana, mas de apenas dois andares, com a agência bancária no térreo.
Quando a contratada empresa Gentil Tescarollo & Irmãos fazia a demolição do velho casarão que existia no local, surgiu o plano de aumentar os iniciais dois andares para oito ou dez, afinal o novo edifício ficaria num local privilegiado da cidade e certamente atrairia compradores para seus apartamentos.
A ideia foi apresentada em São Paulo para a alta direção do banco, que aprovou erguer um prédio de oito andares.
A empresa Paes de Barros Ltda elaborou uma planta prevendo apenas seis andares, mas realmente a procura pelo empreendimento superou as expectativas, obrigando a um novo plano, desta vez prevendo dez pavimentos, com amplos apartamentos.
As obras foram iniciadas em novembro de 1964. Numa época sem os pré-moldados de hoje, transcorreram em tempo considerado rápido para a época, sendo o Edifício Brasul concluído em 1968.
Assim, no final dos Anos 60, Itatiba já tinha seu primeiro “arranha-céu”.

*Artigo gentilmente cedido pelo Professor Gelvis Bassi*

Créditos: “Elaborado a partir do artigo do historiador Luis Soares de Camargo no Jornal de Itatiba e reportagens do jornal A Tribuna, disponiblizados pelo Museu Municipal Padre Lima. Foto de época do Jornal de Itatiba e atual de minha autoria (Professor Gelvis Bassi)