*Confira a crítica do filme Aquaman, escrita pela Colunista de Cinema Ana Lúcia Polessi, com arte de Cleverton Gomes*
Aquaman, a Fenda do Biquíni
Fui assistir “Aquaman”, o novo filme inspirado nos quadrinhos da DC, que estreou aqui no Brasil. O filme é legal? É. É legal. Mas também…. é só isso. É legal. É, digamos, mais um filme de herói.
Eu ainda continuo traumatizada pelo duelo Superman x Batman, por eles terem colocado a mãe no meio da briga. Aquele momento de vergonha alheia dos dois grandes heróis parando os tabefes depois de descobrirem que a mãe de um é xará da mãe do outro ainda dói no meu coração. E no Aquaman eles trazem a mãe pro meio da briga de novo… não coloca a mãe no meio, gente!
Eu curti o filme da Mulher Maravilha, mas não foi aquele espetáculo que eu esperava. Tentei não criar expectativas para “Aquaman”, no entanto, depois que você sai do cinema não leva muito tempo para você esquecer tudo o que viu.
A DC precisa dizer a que veio. Ao longo de 10 anos a Marvel criou um estilo no cinema e, ainda que seus filmes tenham marmelada e defeitos, é uma festa para quem vai assistir. Durante duas horas você tem diversão, emoção, uma trilha sonora fantástica e por semanas fica comentando com os amigos as melhores cenas, os memes derivados das melhores cenas, e as músicas ficam na sua playlist, te inspirando nas horas difíceis. É pra isso que um filme de herói serve.
Sem spoilers, o que mais me chateia nos filmes inspirados na DC é aquela imagem esfumaçada que impede o ser humano de ver com clareza o que está acontecendo em cena. A paleta de cores da DC é a da minha impressora quando acaba uma cor. Sabe quando está acabando o vermelho e tudo o que você imprime fica azulado/arroxeado? É por aí…
As brigas são sempre muito rápidas e meio desfocadas, não tem aqueles momentos em que parece que você está vendo uma página muito bem desenhada de quadrinhos…
E o roteiro traz muitos planos do Cebolinha, e a impressão que dá é que se perde muito tempo com detalhezinhos e os assuntos que realmente importam passam batido e são resolvidos sem muito cuidado… principalmente da metade pro fim.
Também, socorro, meu Deus, quem foi que fez esse figurino do filme? Tem um momento que a princesa Mera aparece com um vestido de gala que parece ter saído do desenho do Bob Esponja e eu realmente nem prestei atenção ao diálogo dela porque o figurino era algo que gritava na tela.
Há uma tentativa de colocar músicas legais na trilha sonora, mas não fica muito claro se alguma música acompanha algum personagem em especial. E de repente, as músicas descoladas desaparecem e entra uma instrumental que não tem muito impacto. Isso me lembra as novelas do SBT, em que eles tentam colocar músicas moderninhas na trilha sonora, mas essas músicas vão aparecendo aleatoriamente nas cenas, sem ter muito a ver com o que está acontecendo ou com os personagens que estão aparecendo.
Daí você vai dizer: Poxa, Ana Lúcia, mas você falou que o filme era legal e agora você detonou com ele! Então nem vou assistir! E eu digo: vai, cara! Porque “Aquaman” tem coisas legais: o Jason Momoa, que faz o Aquaman é um ator muito carismático e ele encarna bem o personagem. Tem uns diálogos espirituosos com a mocinha, a princesa Mera (vivida por Amber Heard).
Vale a pena ver a sequencia na Sicília, que tem uns momentos mágicos da Mera descobrindo que o povo da superfície é bacana, e tem umas brigas boas.
Legal que eles mantiveram aquelas argolinhas de energia que saíam da mente do Aquaman e chegava nos peixes e criaturas marinhas no desenho. Eu assistia Liga da Justiça – o desenho.
Também é bacana o Tissunami que joga o lixo pra fora do mar. Seria legal se acontecesse mesmo isso pro povo criar vergonha e parar de jogar porcaria no oceano…
Mas o que eu mais gostei foi da grande quantidade de águas marinhas que aparecem no filme, flutuando pra lá e pra cá…. com a cor da DC elas ficam meio roxinhas e se parecem muito com aquelas águas vivas dos desenhos do Bob Esponja. Comecei a viajar na maionese de que aquilo era homenagem ao criador do Boib Esponja, um dos desenhos mais criativos que existem, cujo papai, Stephen Hillenburg, morreu pouco depois do Stan Lee.
Seria legal se entre uma briga e outra o Aquaman parasse no Siri Cascudo e comesse um hambúrguer de siri. Mas, infelizmente, ele acaba apenas brigando com lagostas gigantes. Quem sabe um dia sai um crossover de Atlantis e Fenda do Biquíni….
O Filme Aquaman está em cartaz no Multiplex Itatiba Mall , confira em
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