Palestras no Teatro Ralino Zambotto e caminhada na Praça da Bandeira marcam o Outubro Rosa da Câmara

Três eventos fecharam o Outubro Rosa da Câmara de Itatiba na última semana. Na quinta e sexta (17 e 18), ocorreram no Teatro Ralino Zambotto duas palestras. A primeira foi “Juntas somos mais fortes! Como a empatia e a sororidade podem tornar as mulheres mais poderosas”, com a jornalista Lídice Leão. Depois, “Mulheres adolescentes e seus educadores”, com a ginecologista Rosa Emília Lacerda. Por fim, no sábado (19), ocorreu a tradicional caminhada de conscientização, na Praça da Bandeira.

Palestra “Juntas somos mais fortes”
A jornalista Lídice Leão é mestranda em Psicologia Social e articulista do Jornal do Brasil em temas voltados para as mulheres. Ela abriu a palestra explicando o conceito de sororidade, que é análogo ao de fraternidade (amor entre irmãos). A palavra vem do latim “soror”, que significa “irmã”; ou seja, a essência da sororidade é a união entre as mulheres. Ela exibiu vídeos com depoimentos de mulheres que vivenciaram a sororidade.
A palestrante também lembrou do papel dos homens como provedores e mulheres como reprodutoras, que vem mudando nos últimos anos, visando à igualdade na distribuição de tarefas domésticas e cuidados com os filhos, por exemplo. Outro tópico abordado por Lídice foi a disparidade salarial que ocorre entre homens e mulheres.
A questão da violência doméstica foi abordada por meio da história de Maria da Penha, que suscitou a criação da lei de mesmo nome em 2006. A ativista sofreu duas tentativas de feminicídio pelo marido, ficando paraplégica. “As conquistas femininas ocorrem à custa de muitas mulheres que vieram antes”, disse. “O Brasil é o quinto lugar no mundo em feminicídio, que é o assassinato pelo fato de a vítima ser mulher. A maioria das vítimas é formada por adolescentes pobres e negras”, afirmou Lídice.
O público também participou com depoimentos. Professoras da rede municipal relataram a violência vivenciada pelos alunos adolescentes e suas famílias. Os filhos têm relacionamentos abusivos desde a adolescência, espelhando o comportamento violento dos pais. Segundo a diretora Nanci Gonçalves, a escola fez uma parceria com posto de saúde, com a visita quinzenal de uma terapeuta na escola. Cintia Fleury, técnica de enfermagem e mãe, contou sobre iniciativa que tem na Estratégia Saúde da Família em que trabalha, com um grupo de apoio de mães.
No encerramento, Lídice propôs, em relação à situação atual, que as pessoas fiquem atentas ao que acontece para não perder esse engajamento. Ela também lembrou a importância de se checar as informações recebidas pela internet. “As fake news causaram muitas das coisas ruins que estão acontecendo no momento”, disse.

Mulheres adolescentes e seus educadores
Na sexta (18) a ginecologista, teóloga e sexóloga Rosa Emília Lacerda falou sobre “Mulheres adolescentes e seus educadores”.
A médica alertou para o dado de que, no Brasil, 30% das adolescentes iniciam a vida sexual antes de 14 anos. Segundo a médica, nessa idade o cérebro não está totalmente desenvolvido. Outra questão importante é a gravidez na adolescência. No Brasil, dos 15 aos 19 anos, são 68,4 casos a cada mil, contra 22,3 nos Estados Unidos, por exemplo. “Isso reduz o desenvolvimento psicossocial da jovem mãe, além do risco duas vezes maior de morte materna, pois o corpo ainda não está totalmente desenvolvido. Os bebês também apresentam saúde mais frágil”, afirmou.
Segundo Rosa, são determinantes a herança cultural e familiar para que a gravidez na adolescência continue a ocorrer. “É preciso que se resgate o vínculo com os filhos. Pai e mãe têm que conversar com o filho, olhando nos olhos”, afirmou.
Ela também falou sobre ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), dentre as quais destacou o HPV, que é prevenível por meio de vacina disponível gratuitamente na rede pública de saúde para meninas de 9 a 14 anos.
Na oportunidade, a palestrante tirou dúvidas do público, principalmente o adolescente. Demonstrou como funciona os métodos contraceptivos, inclusive alguns menos utilizados, como o anel vaginal e a camisinha feminina.

Caminhada
No sábado (19), o público se reuniu para o encerramento na Praça da Bandeira. Estiveram presentes os vereadores Cornélio da Farmácia, Deborah Oliveira, Elizabet Tusumura, Leila Bedani e Willian Soares.
Houve roda de capoeira, aulas de zumba, tai chi chuan, massagem, aferição de pressão arterial, glicemia e IMC. Na caminhada, o público percorreu com animação o entorno da Praça da Bandeira, com parada no Paço Municipal.
“Nesse mês alegre e com muitas ações, é muito importante que nós façamos os exames preventivos do câncer de mama, que tem cura se detectado logo no seu início”, afirmou Lenice Sanfins, presidente da Rede de Voluntárias de Combate ao Câncer de Itatiba.
Mayara Lopes, presidente do Fundo Social de Solidariedade, agradeceu todos os parceiros e voluntários que colaboraram e todas as mulheres que realizaram a mamografia. Ela lembrou que a guia para a realização do exame ainda está disponível para retirada.

Outubro Rosa
A realização é uma parceria da Câmara Municipal com o Fundo Social de Solidariedade, Prefeitura e Rede de Voluntárias de Combate ao Câncer de Itatiba. Durante todo o mês, diversos eventos beneficentes foram realizados.

Fonte do Texto e Crédito das Fotos: Câmara Municipal de Itatiba