Reportagem : Dani Marzano
Aclamado pela crítica, o longa dirigido por Lázaro Ramos emocionou a plateia na quarta-feira, 20. Traz no elenco nomes importantes da TV e do cinema brasileiro, como Taís Araújo, Seu Jorge e Adriana Esteves, e o internacional Alfred Enoch.
A Presidente da Associação Cultural Quilombo Brotas Itatiba, Vera Lúcia Silva Gamito, explicou que o longa mostra claramente o racismo estrutural, a importância da união do povo negro, a resistência, as lutas diárias no dia a dia: ” O filme também fala em devolver o negro para o país de origem, mas lembra do direito de ir e vir. Expressa a realidade já implantada no país, das dificuldades ainda presentes e como muitas pessoas não enxergam a população negra como parte do povo brasileiro . Filme que traz uma grande reflexão em todos os aspectos do racismo no Brasil”, comentou.
Segundo Luciana Henrique da Silva, agente cultural da Prefeitura de Itatiba e Coordenadora do Coletivo Campo dos Sonhos, o mais importante do filme é que traz a reflexão sobre o racismo no Brasil e suas consequências tratando a questão de uma forma envolvente, falando sobre resistência, potência, união, irmandade, o passado ancestral: “O filme também destaca que a harmonia racial é equivocada, mentirosa e o perigo de, nos tempos atuais, fecharmos os olhos para a opressão e deixar os crimes raciais se tornarem banais, normalizados.Lembra os Quilombos e a política de branqueamento, aquela história de País miscigenado, onde apontam a cor da pele como referência para abordagens violentas. No filme fala-se de “devolução” do negros e aponta os beneficiários, políticos populistas e de carreira.Foi uma experiência para reflexão e diálogos, de um pesadelo assustador , porém fictício”, explicou.
Já para o advogado e Presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados subseção de Itatiba, Carlos Henrique Batista, o filme enche olhos ao ver tantos talentos reunidos contracenando e uma trilha sonora para adicionar a playlist e escutar diuturnamente: “A narrativa do filme baseado em uma peça, além de trazer temas reflexivos, chamou-me atenção para suas nuances e sutilezas em pequenas cenas e atos que contém muito mais críticas de situações do cotidiano das vivências inter-raciais do que a princípio se aparenta. Recomendo aos que ainda não assistiram aterem-se a essas pequenas aspas. Sem dar spoiler, creio que o legado do filme nos apresenta uma provocação para tentarmos achar juntos uma solução pacífica para um problema latente que vem se arrastando a mais de 500 anos a qual muitas vezes tentamos negar ou empurrá-los para baixo do tapete, desta maneira teremos ao menos a esperança de imaginarmos um futuro distópico melhor para nossos filhos”, concluiu.
“Medida Provisória” encontra-se em cartaz diariamente no Multiplex Itatiba Mall, às 19h.
