Memória Itatibense : Escola Rosa Perrone Scavone

A cidade de Itatiba viveu a primeira metade do século XX em função da produção cafeeira.
A industrialização, a expansão urbana, o desenvolvimento da rede de comunicação, a melhoria do sistema viário, mudaram as características, antes agrárias, da economia local e, por muitas décadas, na dependência exclusiva da lavoura cafeeira no município de Itatiba, para industriais.

Essa mudança vai demandar uma mão-de-obra especializada para essas novas indústrias que se instalam em Itatiba.
Com isso, a cidade precisava de novas escolas e de um ensino profissionalizante, o que vai culminar na instalação da Escola Técnica Rosa Perrone Scavone.

No final da década de 1940, a cidade de Itatiba contava com uma população de apenas 12.688 moradores. Porém, estava com grande defasagem no número de escolas, contando apenas com o Grupo Escolar “Cel. Julio Cesar” e 13 “escolinhas” rurais mistas e isoladas.
Existia, portanto, a necessidade de criação de um outro Grupo Escolar e um Ginásio Estadual na cidade, porém, neste período, um embate se estabelece na cidade para a criação de um Ginásio Estadual ou de uma instalação de uma Escola Profissional.

Para os empresários, era bastante interessante a construção de uma escola profissional, a fim de oferecer mão de obra qualificada para suas empresas que estavam em plena expansão. O crescimento industrial também necessitava de profissionais para a manutenção elétrica e mecânica de suas máquinas, com a substituição da produção manual por máquinas elétricas, a quebra ou defeito de um equipamento comprometia horas de produção, o que demandava seu conserto imediato.
Em 1947 foi apresentada na Câmara Estadual um projeto criando uma Escola Profissional em Itatiba, porém, contemplou-se apenas outras cidades maiores.

Já em 1948, novamente foi enviado um pedido para criação da Escola Profissional. E através de uma emenda Itatiba foi incluída na lista de cidades contempladas com Cursos Práticos de Ensino Profissional. O projeto foi aprovado
pela Assembleia Legislativa de São Paulo e promulgado pelo governador Adhemar de Barros.

Em 15 de janeiro de 1950, conclui-se a construção do prédio da futura Escola de Cursos Práticos de Ensino Profissional, na Vila Belém. No dia 02 de abril, são abertas as inscrições para a primeira turma dos cursos de ajustagem mecânica, marcenaria e corte/costura e, no dia 06 de março, iniciam-se as aulas dos Cursos Práticos de Ensino nas modalidades de Ajustagem Mecânica, Marcenaria e Corte/Costura.

Ao atender a população operária, dentro de uma ética do trabalho e da necessidade de despertar a motivação pelo emprego, através de conhecimentos de aplicação prática, a Rede Estadual ofereceu inicialmente “Artes Industriais” para os homens (com cursos de marcenaria, eletrotécnica, mecânica, fundição, indústria da construção, do tecido e da pesca) e “Economia Doméstica e Prendas Manuais” para mulheres, com cursos de Rendas e Bordados, Flores e Chapéus, Corte e Costura, Confecções e Pintura.

Em 1952 a escola recebeu o nome de sua patronesse, conforme seu artigo 1º: “A Escola de Cursos Práticos de Ensino Profissional de Itatiba passa a denominar-se Rosa Perrone Scavone”.

Ao longo de todos esses anos, Itatiba conta com uma escola técnica de excelência, reconhecida pela qualidade de ensino e preparo de seus professores: a atual ETEC “Rosa Perrone Scavone”.

(Artigo gentilmente cedido pelo Professor Gelvis Bassi)

Créditos: “Texto elaborado a partir de informações do arquivo histórico da própria escola e reportagens disponibilizadas pelo Museu Padre Lima, junto a seu arquivo histórico do jornal de Itatiba, A Tribuna e O Progresso de Itaitba. Imagens históricas de Foto Parodi, do Jornal de Itatiba e atual de minha autoria” . (Professor Gelvis Bassi)