Memória Itatibense: Cemitério do Santíssimo

Na época da fundação de Itatiba, no início do Século XIX, quando as primeiras famílias se fixaram próximas ao Rio Atibaia e à primitiva Capela do Cruzeiro, não há registros de onde eram sepultados os moradores que morriam. Calcula-se que eram levados a Jundiaí ou enterrados ali mesmo, nos arredores de casa.
Não há provas, mas o primeiro cemitério de que se tem notícia em Itatiba ficava em frente à Igreja Matriz, onde hoje está a Praça da Bandeira.
Com registro comprovado, o mais antigo cemitério de que se sabe, era o chamado Cemitério Velho da Paróquia, ao lado da Igreja do Rosário, área hoje ocupada pela Praça do Rosário e Estação de Tratamento de Água.
Este cemitério velho do Rosário começou a ser utilizado no mesmo ano em que a igreja ficou pronta, em 1827. Os corpos eram sepultados diretamente no chão, em covas não muito profundas. Como no local havia grandes e numerosos formigueiros, constantemente cadáveres eram expostos, muitos ainda em decomposição, ao se escavar o solo para tentar eliminar as formigas que ameaçavam a construção em taipa da igreja. E isso causava um grave problema de saúde pública, de contaminação. Assim, em 1883, o padre Francisco de Paula Lima fez uma solicitação junto à Câmara Municipal visando a formação de um novo cemitério, bem maior e afastado do centro da cidade, no final da então quase deserta Avenida da Saudade. Assim, em 1887, foram criados, ao mesmo tempo, o Cemitério Municipal e o “Cemitério da Igreja”, este pertencente à Venerável Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja de Nossa Senhora do Belém, ou seja, o hoje chamado Cemitério do Santíssimo.
Atualmente, o Cemitério Municipal conta com cerca de 20 mil sepultados em 5.645 sepulturas nos seus 48 mil metros quadrados de área.
Cercado por cedrinhos, o Santíssimo é um Cemitério tradicional, possuindo túmulos, mausoléus e capelas, onde se encontram sepultados nomes ilustres da cidade de Itatiba.
O Cemitério do Santíssimo é considerado um museu a céu aberto, por abrigar obras de arte retratando épocas distintas. Possui imagens e trabalhos esculpidos em mármore de Carrara pelo mestre itatibense José Frediani, além de trabalhos em metal e granito.
No ano 2000, o Cemitério do Santíssimo foi tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Ambiental, Histórico, Cultural e Turístico de Itatiba.

Artigo gentilmente cedido pelo Professor Gelvis Bassi

Créditos: “Texto elaborado com informações do Museu Municipal Padre Lima e contidas no livro “Itatuba na História” de Lucimara Rasmussen, site da Prefeitura de Itatiba e relatos orais de moradores antigos da cidade. Imagens da internet“. (Professor Gelvis Bassi)