Fim de férias com aranhas, coelhos e leões

“Julho está chegando ao fim, mas ainda dá tempo de ver uns filmes legais no cinema, levando a família toda para se divertir ou indo sozinho, que é muito bom porque não precisa dividir a pipoca e, de quebra, pode chorar, cantar musiquinha junto com os personagens e pagar muitos outros micos sem ter que se explicar em casa depois.

Bom, “Homem-Aranha: Longe de Casa” é muito, muito legal! É o segundo filme com o Peter Parker Tom Holland, que nasceu para ser o Aranha, e que traz ainda muito assunto relacionado diretamente com os eventos de “Vingadores: Ultimato”.

Há uma introdução ao novo personagem, Mysterio. Logo depois, a  sequância de início do filme, propriamente dito, é de chorar de rir, com a “homenagem”  aos heróis mortos, numa apresentação de powerpoint de colégio. Logo de cara temos explicações sobre como os colegas do Peter Parker lidaram com a extinção de metade da população e o que aconteceu depois que essa população sumida voltou.

Peter está se formando e sua classe vai viajar pela Europa junto com dois professores completamente sem noção.  No meio da viagem, Nick Fury vai encontrar Peter e fazer a ele uma oferta irrecusável: tornar-se  o novo defensor do planeta, assumindo o lugar do Homem de Ferro.

Mas o nosso Aranha não se acha digno da empreitada e pensa em passar a honra para o boa praça Mysterio, que veio de outra dimensão e parece ter muito juízo e bom coração. Enquanto isso, Peter tenta abrir o coração para a amiguinha MJ, por quem está apaixonado, sem poder contar muito com o melhor amigo, Ned, que arranjou uma namorada (o romance deles é muito engraçado, porque reúne todos os clichês do romantismo adolescente).

O filme traz ótimos efeitos, um roteiro bem bolado, muitas referências aos Vingadores e uma trilha sonora recheada de canções no mínimo exóticas, dos vários países que o herói vai visitar. Uma das grandes marcas da Marvel é a importância da música em seus filmes e este não é diferente.

Não saia da sala sem ver as 2 cenas extras pós créditos, porque elas são essenciais para entender os próximos filmes!!!

Falando em herói, vamos com os heróis nacionais: os pequenos heróis  do filme Laços, que é a primeira adaptação para live-action (produção com atores e atrizes e não animação) com a querida Turma da Mônica do Maurício de Souza.  O filme ainda está em cartaz nos cinemas brasileiros e merece ser visto simplesmente por trazer personagens que divertiram e ainda divertem gerações.

Eu cresci lendo gibi da Turma da Mônica e até hoje me divirto com as histórias. Maurício de Souza soube cercar-se de gente jovem e criativa para dar longa vida a suas criações, zelando sempre para que eles fossem sempre símbolo de um pensamento livre, inspirado por tudo o que há de bom no universo infantil.

A obra do Maurício é especial. Eu me lembro de que eu mal tinha aprendido a ler e peguei um gibi da Mônica. Povo, eu me lembro de que a história desse gibi era escrita de uma maneira muito fácil para uma criança entender, mas trazia uma história muito forte, muito profunda: a Mônica procurava os amigos para brincar e por alguma razão desconhecida, os seus amigos estavam com a pele azul e não queriam se aproximar dela, que estava com a pele rosinha de sempre.

Ela não entendia o que havia acontecido e tentava falar com a turminha, mas esses “azuis”  tinham um preconceito terrível e não queriam nem dirigir a palavra à Mônica. Eu me lembro de ter ficado muito impressionada e passei muito tempo pensando em como devia ser terrível uma pessoa ser julgada pela cor da pele. Olha só o Maurício, naqueles idos de 1970 falando de racismo com as crianças e procurando demonstrar que a diversidade é a melhor coisa do mundo.

E agora, nesta semana já temos a nova versão de O Rei Leão, agora trazendo uma tipo de animação diferente daquela que fez sucesso há 25 anos ! Naquela época, o estilo do desenho foi marcadamente estilizado, com personagens bastante humanizados. Agora temos um primor de efeitos, fazendo os personagens com a aparência mais natural possível.

Continua a trilha sonora digna de Oscar e a tradição de grandes atores e celebridades dublarem os personagens. A trama é Shakespeareana e muita ação, intriga e humor aguarda adultos e crianças que forem assistir a produção.

Então, não perde a chance. O cinema é um mundo mágico. Por mais ou menos duas horas você viaja no tempo, no espaço, e pode até visitar a sua infância e cantar Hakuna Matata com Simão e Pumba; atirar o coelho no Cebolinha ou criar um plano infalível contra a Mônica; ou se balançar num cipó feito de teias pelos edifícios das grandes capitais atrás de super vilões!”

O filme Rei Leão está em cartaz no Multiplex Itatiba Mall, confira a programação na página oficial:

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Texto: Ana Lúcia Polessi ( Colunista de Cinema)

Arte: Cleverton Gomes