Dia Internacional da Mulher

(Fernando Paz)

Cresci em um matriarcado de mulheres fortes. O que é uma redundância, uma vez que a natureza da mulher é forte! Fragilidade? Eu vejo em covardia e omissão! Força não é massa muscular (ainda que cérebro também seja massa). Força é o tamanho da empatia que quebra grandes barreiras emocionais. Força é superação! E isso, a mulher tem de sobra. Embora com ela não exista sobra, elas fazem render até o que parece pouco!

Força é autoafirmação e não ter vergonha de se transformar. A mulher se transforma a todo instante, mas inúmeras vezes, transformou o mesmo mundo que a injustiçou. Desde a “primeira escolha” da humanidade optando pela Árvore do Conhecimento e salvando a humanidade da ignorância à ter sido a pioneira na medicina, criando remédios a partir de ervas e extratos naturais, salvando vidas e exercitando o pensamento livre, enquanto os homens tentavam moldá-las, as acusavam de bruxaria e as mandavam para a fogueira. É fogo! A mulher é o fogo!

O fogo forja os metais mais duros, aquece o frio das almas, mas só queima quem não o respeita. Fogo é luz na escuridão. E o mundo se ilumina, quando uma mulher passa. Uma mulher nunca é passagem, sua presença permanece como um perfume. São perfumadas, mesmo quando precisam suar para dar conta de tantas cobranças.

Dividem o tempo em infinitas parcelas enquanto se doam inteiras ao mundo. E enquanto alguns reclamam de uma atividade, elas já fizeram 3, enquanto pintavam as unhas no intervalo. Ser mulher não permite intervalos. Mulher é mulher integralmente. Porque são assim: tudo ou nada. Livres e empoderadas, quando não tentam por medo limitá-las. Elas não precisam de limites, tem o interior e a mente ilimitados. São líderes e se lideram. Independentes, não deixam pendências. São paz em meio à guerra, mas lutam até o fim pelo que acreditam.

E não é maquiagem, porque elas sempre tiram as máscaras da hipocrisia social. Caminham em um salto alto pelas dificuldades, sem perder a pose. Sorriem até mesmo quando choram. Experimentam mil roupas porque uma é pouco para a quantidade de mundos que existem dentro delas. Amam a loucura porque a normalidade é muito convencional. São intensamente emocionais. Vivem a flor da pele. São flor e são pele com todos os sentidos em alerta. Sempre estiveram conectadas, antes mesmo da internet. Elas são a conexão!
Dia Internacional das mulheres é justo, mas justiça mesmo seria reconhecer que o mundo sempre foi delas