Defesa Civil fala sobre período de seca e do combate a diversos focos de queimadas

A chuva que ocorreu em Itatiba e região na madrugada da terça-feira (31) tende a amenizar os efeitos do tempo seco. Os cerca de 46 dias sem chuva em Itatiba colaboraram para o agravo de problemas respiratórios e, principalmente, para facilitar focos de incêndio em mato.
A Coordenadora da Defesa Civil, Leila Cavallaro, descreve como foi o trabalho do órgão em parceria com os Bombeiros no último final de semana, com múltiplos focos de incêndio em diversos bairros, muitos deles simultâneos, e destaca como a população pode colaborar com a redução desses casos.

Prefeitura: O final de semana registrou diversos focos de incêndio em mata. Você pode resumir um pouco onde foram e como foram combatidos?
Leila Cavallaro: Tivemos incêndios na quinta, sexta, sábado e domingo [de 26 a 29].
Neste período seco, sempre existe um aumento de ocorrências de focos de incêndio; a gente percebe que muitos donos de chácaras acabam realizando uma limpeza em suas propriedades e acabam colocando fogo.
Só nesse final de semana, tivemos uma infinidade de focos em vários bairros da cidade: tivemos no Jardim dos Lagos, no Chamonix, no Vivendas do Engenho D’Água, no Residencial Moenda, no Bairro da Ponte, no Morro Azul, no Jardim Santo Antonio, Jardim das Laranjeiras e ainda tem bairros que voltamos várias vezes no final de semana para apagar [novamente].
No Recanto da Paz tivemos incêndio em veículos, tivemos incêndio em uma estrutura comercial, tivemos na Verginio Belgini, na Morada das Fontes, na Cidade Nardin, na Rodovia Dom Pedro e no Bairro da Ponte novamente.

Prefeitura: Qual a grande dificuldade no combate aos incêndios? Como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros trabalham nesses casos?
Leila Cavallaro: A Defesa Civil é um órgão que apoia o Corpo de Bombeiros, então quem dá o primeiro combate é o Corpo de Bombeiros. A maior dificuldade é de número de pessoal, pois para apagar os incêndios, por mais pessoas que você tenha trabalhando naquele dia, são muitos focos.
Vale ressaltar que o Corpo de Bombeiros, além dos focos em fogo em mato, desempenham também outras atividades, eles atendem a parte de resgates e emergências, parte de transporte para os hospitais, prestam atendimento em casos de acidentes, etc; então são infinitas as atribuições. Assim, o nosso pessoal da Defesa Civil também se desloca para dar apoio ao combate. Nossas viaturas, várias vezes, se deslocam para os lugares mais distantes, como aconteceu na noite de sábado, que tivemos várias ocorrências em área rural, e temos ainda o atendimento dentro da cidade, que tem que ser feito, que foi o caso de um carro que pegou fogo no Bairro do Engenho – nesse caso, nosso caminhão estava apagando fogo na zona rural, e aí as caminhonetes conseguiram fazer o combate, mas é muito difícil para gente, pois temos que ficar correndo para todos os lados.

Prefeitura: Como a população pode colaborar?
Leila Cavallaro: Evitar as queimadas. As pessoas precisam mudar essa cultura de colocar fogo em mato, de fazer limpeza e por fogo, a gente acaba perdendo o controle. A umidade relativa do ar está muito baixa, a Defesa Civil monitora isso, todos os dias a umidade chega a 30% no final de tarde, e é quando os focos de incêndio aumentam mais. Então é evitar esses tipos de queimada, evitar a soltura de balões, tudo que possa gerar um princípio de incêndio, o que acaba afetando a nossa saúde, já que contribui para agravos da parte respiratória.
Precisamos criar a consciência de que quando a gente vê alguém ateando fogo em mato, não podemos ter medo de denunciar. Quando ligar na Guarda [Municipal], na PM, esses órgãos não vão revelar quem foi que denunciou, as denúncias são mantidas em sigilo, no entanto, as pessoas que cometerem o crime ambiental precisam ser punidas, para que elas entendam o mal que estão fazendo, não só para a população, muitas das vezes para eles mesmas.

Prefeitura: E há multa para quem coloca fogo em mato? Como funciona?
Leila Cavallaro: Existe multa sim. Isso é uma coisa que a gente também precisa deixar muito claro para a população: a Prefeitura está sim tomando as providências, pois quando a gente atende uma ocorrência de fogo em mato, essa ocorrência gera um boletim, tanto do Bombeiro como da Defesa Civil. Esses boletins são encaminhados para nosso sistema estadual, para fazer a contabilização de fogo dentro do estado de São Paulo e dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura. Através da fiscalização ambiental, o proprietário do terreno, sendo ele ou não que tenha ateado fogo, vai ser notificado, receber uma multa e aí vai pagar pelo ato – pode até mesmo não ter sido ele quem colocou, mas se ele deixar o terreno limpo e murado, a probabilidade de se ter um incêndio ali, será bem menor. Então a Prefeitura está fazendo esse levantamento e está, sim, fazendo as atuações.

A Prefeitura alerta que os munícipes devem, em primeiro lugar, acionar o Departamento de Bombeiros pelo telefone 4524-1212 (o 193 também pode ser usado, no entanto, se a ligação for realizada de celulares, pode ocorrer do chamado ser direcionado para uma Central fora do município).
A população pode denunciar ligando diretamente nas Secretarias de Planejamento e de Meio Ambiente, de segunda a sexta-feira, no horário comercial. Aos finais de semana e feriados, a Guarda Municipal Ambiental deve ser contatada pelo número 4524-3577.
As multas por incêndio em terrenos podem variar inicialmente de R$ 802,67 a R$ 20 mil, podendo aumentar dependendo do dano causado.

Texto e Fotos: Prefeitura de Itatiba