“De Surfista à Artista”

A história do caiçara que encantou com sua arte o litoral norte de São Paulo

Na exuberante e tranquila praia de Barequeçaba, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, em sua areia avistamos crianças brincando, famílias confraternizando, pessoas praticando esportes ou somente descansando. Lá, dividem espaço com os banhistas, diversos carrinhos de vendedores de comestíveis, roupas, artesanato e personalidades! E hoje vamos falar de Jomar Moura Ribeiro do Prado, conhecido carinhosamente por “Gil Moura”, este caiçara de 63 anos, o vovô da Luma que também é “Juiz do Surf”, fotógrafo, lojista e atualmente  vem encantando com seu trabalho. Gil, que possui um enredo de histórias bacanas sobre o mar, hoje dedica 100% do seu tempo a ser um mestre das artes !

Iniciou neste segmento no ano de 1984 em parceria com outro artista, Nei Emeric, que fazia barcos antigos para uma loja da época: “Eu aprendi a fazer apenas algumas peças de barco, pois logo em seguida fui morar em Maresias e parei, voltando somente após doze anos, em 1996, quando retornei à Barequeçaba com minha esposa Lia e meu filho Thomás”, recorda.

E foi para o filho Thomás que Gil voltou a fazer seu artesanato como quadros e peixes de madeira e quadros de nó marítimo. Certo dia conheceu um rapaz vendendo roupas de surf e apostou neste nicho de mercado até montar seu próprio negócio, a tão conhecida “100% Surf Lokal” onde permaneceu por 14 anos. Um pouco antes da pandemia do coronavírus, Gil fechou as portas do seu comércio e contrariando as expectativas de uma possível ‘depressão’, novamente ‘ergueu as mangas’ e, com a ajuda internet, fez um barco Cutty Sarck de 1860 e vendeu para um turista do Canadá. De lá pra cá não parou mais ! Gil pegava material dos reciclados e muitas vezes dos lixos e transformava em quadros de surf , de baleias , entre outros.

Com a popularidade e os pedidos aumentando, Gil criou o instagram “GIL MOURA (ARTISTA)”. Mais um Galeão de 1560 Espanhol nascia pelas mãos do artista caiçara até que o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, viu sua arte e o incentivou a fazer mais através da Secretaria de Cultura: “Hoje estou trabalhando em um barco que nunca tinha feito, um Galeão Pirata, o Pérola Negra de 2 metros de comprimento por 1,60 cm de altura com todos os canhões, está lindo!”, comenta.

O artista continua trabalhando com madeiras descartadas trazidas pelo mar e quase não compra material. Atualmente , um cineasta procurou Gil para a realização de um curta metragem sobre o seu escritório na Ilhote Itaçussê, pelo trabalho dele remando e trazendo o lixo das costeiras e agora passou para o lado da arte fazendo filmagens sobre a construção desse barco.

Um trabalho impecável deste artista que vive da sua arte e merece nossos aplausos !

Contatos :

Instagram : gilmoura_artes

Encomendas : (12) 99153-0777

(Reportagem: Dani Marzano)